Tudo o que você precisa saber sobre Product Discovery
O desenvolvimento de um produto viável com boa aceitação dos usuários: esse é o desejo de muitas organizações que escolhem a DIWE para realizar o processo de descoberta de um produto. Mas será que o Product Discovery se define apenas em entregar um produto viável? Por que exige tantos esforços nesse processo? Quais são as etapas e qual a importância de um Product Discovery? Esses são alguns questionamentos que vamos abordar no artigo abaixo.
Vamos nos aprofundar mais sobre o assunto? Veja a seguir!
O que é Product Discovery?
É um processo de descoberta de um produto viável através da coleta dos próprios dados, ou seja, é necessário entender o comportamento do usuário a fim de identificar e atender às suas necessidades. Embora tenha uma definição simples, o Discovery exige um conjunto de competências.
De forma complementar, a estratégia de produto somada ao modo de execução permite que sejam realizadas constantes interações com usuários finais. Dessa forma, é possível trazer novidades para o produto baseadas nas oportunidades validadas no mercado.
Um time de inteligência faz pesquisa com o usuário, consome as informações e oferece uma visibilidade de como as entregas podem se concretizar. De acordo com a perspectiva de negócio, as entregas podem ser feitas em pequenas ou grandes etapas.
Um processo de Discovery pode surgir de uma árvore de oportunidades ou de um outro Discovery que já está sendo rodado, mas em alguma etapa foi identificada uma janela que não pode ser aprofundada, pois desviaria do objetivo estratégico daquele Discovery.
Na DIWE o processo de Discovery faz parte da metodologia Profound. O objetivo do Discovery é que ele consiga “atender às expectativas do cliente, fazer entrosamento com todo mundo da equipe e gerar entrega de valor” para o time de tecnologia, usuários e corporação, conta Hugo Mouto, head de produto do time da DIWE. Ele acredita que com esses pilares principais como base, a obtenção do processo de Discovery Inovador será consequência de todo o trabalho realizado.
A importância de conhecer a estratégia de produto
As estratégias de negócio não podem ser confundidas com as estratégias de produto. Se uma empresa possui como objetivo de negócio aumentar a receita ($), por exemplo, o objetivo de produto pode ser aumentar o número de conversões (%). Assim como as demais áreas da organização - Marketing, Operação, Relacionamento com o cliente - terão seus próprios objetivos traduzidos a partir do objetivo principal que é a estratégia do negócio.
O produto sozinho não pode ser responsável por aumentar a receita. Se uma empresa possui um produto validado, mas não oferece um serviço de atendimento adequado, ou o serviço de suporte é lento e demora 7 dias úteis para dizer que vai encaminhar a demanda para o setor responsável, certamente, afetará no índice de satisfação do usuário em relação ao produto.
Provavelmente, aquele usuário não voltará a consumir as ofertas oferecidas por essa empresa. Logo, apesar de ter um produto viável, a receita da organização não se desenvolve bem por falha ou falta de objetivos de outros setores.
Product Discovery: passo a passo da validação de hipóteses
Uma pesquisa desenvolvida pela PM3 avalia o “Panorama do Mercado de Product Management no Brasil - 2021/22”. Foram entrevistados mais de 1.000 profissionais que ocupam diferentes cargos, tanto operacionais quanto lideranças de Produto (CPOs, VPs), UX, Agilistas, e Desenvolvedores. Nela, 41,9% dos profissionais revelaram que o Discovery é um desafio atual na organização em que trabalham.
Esses dados mostram a necessidade de disseminar boas práticas estratégicas e de remover essa neblina que tem impedido muitos profissionais de enxergarem a estrutura de um Discovery. E, avaliando o conhecimento do time da DIWE, resolvemos trazer um compilado de como funciona esse processo.
Existe uma etapa que antecede o Product Discovery. Ela é tão importante quanto qualquer outra, mas muitas vezes é ignorada devido a urgência da entrega do produto viável.
A partir da definição da estratégia de produto são apontadas as metas chamadas de KR (Key Results). Traduzido como resultados-chave, o KR nada mais é que o desenho dos resultados que devem ser alcançados. Um framework começa a ganhar forma. Após responder quais os resultados-chave e identificar as oportunidades que devem ser miradas, nós chegamos à árvore de oportunidades.
Árvore de Oportunidades
A Árvore de Oportunidades ajuda o time de produtos a descobrir novas hipóteses. A técnica de brainstorm alimenta o mapeamento de diversos problemas e soluções. Porém, as informações não devem ser sugeridas de modo arbitrário, e sim com base em levantamentos e coletas obtidas a partir de interações com os usuários.
Nem toda oportunidade identificada se torna uma hipótese, é preciso avaliar o volume, por exemplo, e como aquela oportunidade pode mover o KR para a direção desejada.
A árvore vai crescendo, das oportunidades são encontradas as soluções. Após identificadas, as soluções indicam os experimentos. O experimento deve ser traduzido em uma frase. Será o objetivo do Product Discovery. Depois de todas essas etapas, as hipóteses foram identificadas e cada hipótese passa pelo processo de Discovery para ser validada.
Até aqui, diversas perguntas foram respondidas: Quais os objetivos de negócio? Quais os objetivos de produto? Quais as demandas dos usuários? Quais as soluções e experimentos podem ser ofertados?
Etapas de descoberta: quais são?
As etapas do processo não estão “escritas na pedra”, ou seja, não existe exatamente um manual com o passo a passo certo ou errado. Entretanto, é importante que haja um padrão para entender a raiz do processo. Cada descoberta é tratada levando em conta suas peculiaridades. “Considerando a escala que estamos ganhando ao longo do tempo, o que eu prezo muito quando estou trabalhando com o time é que todo mundo tenha um ponto comum para se chegar em caso de divergência”, relata Hugo Mouto.
Segundo a estrutura trabalhada na DIWE, podemos dizer que o processo de descoberta está definido em três etapas:
- Learn: é hora de deixar bem claro quais são os objetivos e quais as expectativas para gerar o processo de descoberta. Durante o processo, ideias novas podem surgir, mas o objetivo principal deve ser muito claro para que não haja desvio do foco. Faz parte desta etapa o mapeamento de Benchmark, criação da persona, Matriz CSD e Ideação - desenvolvimento da solução.
- Build: momento da prototipagem ou estrutura de serviço e teste de usabilidade. Coleta das informações fornecidas pelo usuário e refinamento técnico.
- Meassure: diferentes modelos são rodados e as algumas métricas são definidas para acompanhamento, como: quantidade de pessoas que entraram, quantidade de pessoas que engajaram ou quantidade de pessoas que concluíram a jornada.
Com o levantamento dos resultados, a conclusão pode ser de validar ou descartar a hipótese. Nesse último caso, o ideal é dar continuidade ao Discovery de uma outra hipótese já levantada no processo, na árvore de oportunidade.
Quais as vantagens do processo Product Discovery para as Corporates?
Em linhas gerais, o Product Discovery possui as vantagens de gerar valor, mitigar riscos e não gastar dinheiro sem necessidade. Afinal, o produto desenvolvido surgiu a partir de estudos e dados coletados. Criado para ser objeto de desejo do usuário, alinhado às expectativas da corporação. Uma solução relevante para o mercado e para o cliente.
De forma objetiva, podemos trazer um levantamento de quatro tipos de riscos mitigados com o processo de Discovery. Entretanto, para ilustrar mais esses riscos, vamos imaginar um cenário: o time de produtos de uma corporação supôs uma solução para aumentar a receita. Eles procuraram o time de tecnologia para entender se a equipe ia conseguir desenvolver um produto. O time de tech, prontamente, mostrou como poderia dar suporte para aquela solução apresentada.
Dentro deste cenário fictício, quais possíveis falhas dessa caminhada? Primeiro, o time de produtos não deve encontrar solução para atender aos objetivos de negócio, deve traduzir para os objetivos de produto. O time de produtos deve pensar em como ajudar a corporação a atender aos objetivos de negócio. Segundo, quais os risco identificados a partir dessa solução sem dados e experimentos:
- Risco de valor: para o usuário essa entrega é valiosa? O que a corporação está entregando atende à demanda do usuário? É o que ele realmente desejava ou precisava? Resolveu o problema? Foi relevante?
- Risco de usabilidade: o usuário consegue usar o produto da maneira como foi entregue? Ele entende a funcionalidade?
- Risco de negócio: vai atrair leads de outras ofertas que a corporação produz? A solução está alinhada com as partes interessadas da empresa? Gera um impacto de risco para o negócio? Vai comprometer recursos de outra parte da organização?
- Risco de viabilidade: a empresa avaliou se possuía recursos tecnológicos para desenvolver essa solução? Partindo do cenário citado acima, podemos dizer que sim! Foi a preocupação inicial. Mas foi levado em consideração qual o custo para investir na tecnologia aplicada à solução apresentada?
O que aprendemos sobre Product Discovery?
Criar um produto viável exige que testes sejam rodados no mercado, para colher dados sobre a real demanda do usuário. Diante disso, olhando para a realidade atual, vemos como a tecnologia opera a favor da circulação rápida das informações. Vemos como o processo de Product Discovery ganhou velocidade ao longo dos anos. Porém, existem dois fatores fluindo no sentido contrário, o tempo de resposta do usuário para os experimentos ofertados e a mudança repentina de necessidades.
Para acompanhar a velocidade como as coisas são atualizadas, é importante estar por dentro do movimento do mercado, consumir conteúdos que tratam sobre o assunto e fazer networking abordando a temática sobre produtos.
Faz parte de um processo incremental o fluxo de entrega em partes, do qual esforços são concentrados até a certeza de pleno funcionamento. O Product Discovery não é ter um time sentado lendo conteúdo, é traduzir o objetivo de negócio, por meio de oportunidades comprovadas em experimentos, que irão gerar resultados de valor.