O uso da inteligência artificial, o impacto nos diversos setores e a movimentação do mercado
Iniciamos uma longa jornada que irá inserir a Inteligência Artificial (IA) na nossa rotina. Seja no trabalho, lazer ou atividades no geral. A ideia futurista do uso desta tecnologia, que usualmente criamos a partir de filmes de ficção científica, tem sido desmistificada para algo mais real e palpável. Se em algum momento ela foi vista como “modinha”, hoje a inteligência artificial vem para provar como esta tecnologia faz parte do processo de transformação digital que está ocorrendo em todos os setores da economia.
O recente lançamento do ChatGPT é um exemplo disso. A ferramenta de IA, que movimentou ainda mais o mercado, se tornou um fenômeno pela quantidade de novos usuários adquiridos em poucos meses. Além de encantar pela novidade de ver um chatbot escrevendo sobre o assunto que a pessoa digitou na pesquisa, a disponibilidade gratuita do ChatGPT é outro atrativo.
Muito mais que uma ferramenta de descontração e interatividade, a OpenAI veio reafirmando que o uso da inteligência artificial deve ser pensado para todos. E é dessa forma que o mercado vem se movimentando. Por isso, os executivos devem estar antenados em não apenas desenvolver ou adquirir uma ferramenta com inteligência artificial, mas fazê-la acessível e de fato funcional para o seu negócio.
Qual a importância da inteligência artificial?
A inteligência artificial é um campo da ciência da computação que visa oferecer autonomia nas tarefas e tomadas de decisões de máquinas e ferramentas. A IA é desenvolvida a partir de algoritmos. A composição deles funciona com o fornecimento de dados. Quanto maior o volume de dados, maior a performance da inteligência artificial.
De olho nas possíveis vantagens que a inteligência artificial poderia trazer para os negócios, as empresas foram pouco a pouco dando espaço para experimentar esta nova possibilidade. A prova disso é que os investimentos em IA mais que dobraram, se compararmos os anos de 2020 com 2021.
Embora os investimentos ainda fossem limitados, as experiências de IA nas corporações apresentaram uma crescente em anos anteriores. Se olharmos para os últimos 5 anos, enquanto em 2017 a porcentagem de empresas que utilizavam IA nos negócios chegavam a casa dos 20%, em 2022, esse número subiu para 50%.
Para onde estão indo os investimentos?
Nos últimos tempos, além do já citado ChatGPT, que movimentou áreas que envolvem redações, documentos de texto e escritas gerais, observamos também o lançamento de aplicativos que utilizam imagens de pessoas reais para reprodução de avatares. Algo que foi bastante compartilhado nas redes sociais. Mas será que os investimentos em IA são apenas para entretenimento e indústria criativa? Quais são as demais finalidades desta tecnologia? Como elas são usadas nos diversos setores?
Inteligência artificial no setor de Real Estate
O setor que compreende o mercado imobiliário, construtoras e incorporadoras vêm se preocupando com as dinâmicas de procura e oferta, as novas tendências e novos perfis de clientes. Por isso, o setor de Real Estate entendeu que para ter um mercado imobiliário aquecido, não é suficiente ter somente boas casas ou apartamentos. A correlação do imóvel e a cidade em que ele está localizado gera valor agregado.
Pensando nisso, o setor prevê investimento em inteligência artificial para criar cidades inteligentes. Estes investimentos têm por objetivo gerenciar o crescimento urbano de forma mais eficiente, criar novos projetos dentro do processo de Modelagem de Informação da Construção (BIM) e interagir de modo personalizado com os clientes.
Além disso, investir nesta tecnologia afeta positivamente questões operacionais. O uso de dados, associados às ferramentas de IA, beneficia os profissionais e empresas gestoras imobiliárias fornecendo a eles insights sobre orçamentos, planejamentos, tendências e impactos ambientais.
Em uma realidade um pouco mais distante, a junção da inteligência artificial e do metaverso romperia barreiras continentais e traria experiências únicas. A ideia é fazer com que o metaverso proporcione a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, a sensação de poder caminhar, apreciar a vista e até mesmo estacionar o carro na garagem de um empreendimento ainda em construção.
Enquanto alguns críticos apontam o Real Estate como um setor travado no tradicionalismo, a ambidestria se apresenta como a solução adequada com fortes direcionadores para a transformação digital.
Inteligência artificial na área médica
Talvez nem seja uma novidade ver a inteligência artificial fazendo parte da área médica. Há alguns anos vem sendo divulgadas diversas experiências com robôs em salas de cirurgias. Mas pesquisadores da área não cansam de tentar novos experimentos.
Em dezembro de 2022, dois laboratórios de biotecnologias dos Estados Unidos, dentre eles um é uma startup, anunciaram que utilizaram a IA para criar padrões de proteínas não disponíveis na natureza. Esta seria um tipo de IA generativa.
As vantagens desta descoberta serão testadas, mas podem transformar o mercado de medicamentos, já que muitos deles são desenvolvidos tendo alguma proteína como base. No corpo humano, as proteínas são protagonistas na digestão de alimentos, contração muscular e funcionamento do sistema imunológico. Em suma, vitais para a vida humana.
Inteligência artificial na indústria
Ao longo dos anos, a indústria substituiu boa parte da mão de obra por máquinas. Máquinas essas que foram programadas para trabalhar de forma independente, ou seja, sem a necessidade de uma pessoa para operá-las. A automação garante à indústria peças mais padronizadas, com dimensões mais precisas e dão velocidade aos processos de fabricação e montagem.
Através de comandos programados, a Machine Learning, ou máquina de aprendizado, talvez seja a mais conhecida forma do uso da inteligência artificial. Apesar das características destes equipamentos serem amplamente conhecidas na indústria, a programação de máquinas que operam sozinhas estão ganhando espaço em outras áreas.
Inteligência artificial em diversas áreas
Dentro do modelo de Machine Learning, existe ainda o processo de aprendizado da máquina, ou Deep Learning, que possui mais complexidade por oferecer à máquina uma capacidade sensorial semelhante a de um ser humano.
No contexto dos dois processos, as máquinas ganham capacidade para operar com:
- reconhecimento de voz e imagem;
- identificação de objetos;
- identificação de oportunidades de vendas;
- capacidade de pilotar veículos;
- reprodução de voz a partir de texto;
- aprovação de limite de crédito (setor financeiro);
- automatização de publicações e acompanhamento da jornada de e-mail marketing (marketing).
Quais os obstáculos para utilizar a IA?
As questões financeiras aparecem no topo das preocupações dos executivos que pensam em aderir a inteligência artificial nas empresas. Porém, existem dois grandes obstáculos que são prioritários para o bom funcionamento da IA. São eles:
- Falta de mão de obra: enquanto muitos profissionais estão preocupados em perder suas vagas de trabalho para a tecnologia, por outro lado, quem atua na criação e gerenciamento de ferramentas de IA se preocupam com a escassez de profissionais qualificados. Muitas vezes os aprendizados passados em cursos e no ensino superior não preparam adequadamente estes profissionais para o mercado. Apenas a experiência prática proporciona a capacitação. Além disso, esta é uma área que se encontra em constante atualização, o que exige mais dinamismo das pessoas que migraram ou estão se inserindo no ramo;
- Proteção de Dados: A base para se construir uma ferramenta de inteligência artificial são os dados. Mas o uso deles não pode ser indiscriminado. No início do uso massivo da internet e redes sociais, para não se criar uma “terra sem lei”, onde “se jogou na rede, já era”, uma série de leis e punições para quem se apropria ou divulga indevidamente informações de terceiros sem a devida autorização foram criadas. O mesmo vale para o uso de dados. Não são as mesmas leis? Não necessariamente! Afinal, os dados utilizados, não obrigatoriamente, são de redes sociais. Podem ser de uma pesquisa de satisfação de um produto adquirido fisicamente. As empresas devem estar alertas para andar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e demais questões legais que possam existir quando utilizam as informações fornecidas por usuários.
Reflexão geral sobre IA
Diversos setores planejam altos investimentos em ferramentas que visam otimizar as funcionalidades da inteligência artificial (IA). Mas em tempos de demissões em massa e cortes de investimento, não seria inseguro investir em algo tão experimental? A inteligência artificial assim como qualquer Produto Digital deve ser validado antes de entrar no mercado.
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Do ponto vista da geração de empregos. A inteligência artificial na indústria, conforme citada, gera uma série de considerações sobre o tema. Pensar em todas as mudanças que ocorreram nos últimos cem anos neste setor, traz uma reflexão sobre as transformações em curso nos mais variados ramos. Na indústria, as pessoas que operavam as máquinas foram substituídas por aquelas que faziam (e fazem) a manutenção dos equipamentos. Os profissionais tiveram que buscar outras qualificações, pois o mercado começou a exigir novas aptidões. Seria uma tendência geral do mercado substituir as funções dos profissionais contratados?
Do ponto de vista do cliente, vale a pena as empresas consultarem seus clientes para saberem o que eles pensam a respeito da nova tecnologia. Uma empresa de turismo, que atende prioritariamente pessoas da terceira idade, será que os clientes com este perfil gostariam de um guia virtual, por exemplo? Em contrapartida, há de se considerar que, na maioria dos casos, o uso da IA pode ser a cereja do bolo para proporcionar ao cliente uma experiência única com a sua empresa.