O mercado de Proptech e o que as pesquisas revelam sobre o setor

DIWE
May 31, 2023
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08 minutos
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Tecnologia

O número de startups no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos 5 anos. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em 2017 foram mapeadas aproximadamente 5 mil empresas. Enquanto, em 2022, esse número quase triplicou, chegando a ultrapassar a marca de 14 mil startups em território nacional.

O fortalecimento do ecossistema de startups se deve a variados fatores, que vão desde o aumento dos métodos de investimento (anjo, venture capital), à programas de capacitação e incentivos governamentais.

E, dentre os mercados aquecidos com o surgimento de startups, está o setor de propriedade imobiliária. As Proptechs (property technology) têm papel essencial para o crescimento de iniciativas tecnológicas de Real Estate

Mas, em geral, o crescimento das Proptechs acompanha o crescimento das startups? Como essas empresas impactam o mercado? Quais startups se destacaram nesse setor? Veja as respostas destas perguntas e muito mais neste artigo! Boa leitura!

Proptech X Construtech: qual a diferença?

Tanto a Construtech quanto a Proptech englobam o mercado de Real Estate. Apesar de interligadas, cada uma delas executa um papel diferenciado. As Construtechs são formadas por construtoras e incorporadoras. Ou seja, respectivamente, enquanto uma empresa é ligada à construção e demais questões de engenharia, a outra resolve questões burocráticas como legalização e comercialização dos novos empreendimentos imobiliários.

Por outro lado, as Proptechs são ligadas às imobiliárias, que tratam os empreendimentos já construídos. Ambos os termos, fazem referência a empresas que utilizam a inovação, com base tecnológica, como estratégia de negócio.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Distrito, que reuniu mais de 300 empresas de Proptech no Brasil, quando estas empresas definiram o próprio negócio, algumas palavras ganharam mais destaque.

Mercado forte em investimento

Conforme apontado no estudo sobre Real Estate apresentado pela Deloitte, nos últimos 5 anos o setor de Proptech cresceu 1.120%. O crescimento é percebido tanto em quantidade de empresas atuantes, quanto no valor de investimento. Em uma visão global, até o final de 2021, o volume de capital aplicado chegava a aproximadamente € 32 bilhões. 

Já no mercado brasileiro, o valor alcançado somente no ano de 2020 foi superior ao acumulado de investimentos obtidos entre 2011 a 2016, de acordo com o gráfico abaixo.

Enquanto em 2018 o número de deals foi o maior em nove anos, o que chama atenção mesmo é o volume de investimento captado em 2019. Em um único ano, o montante chegou a US$ 444 milhões. No ano seguinte, o acumulado foi de US$179 milhões. Apesar da queda drástica no comparativo entre 2019 e 2020, o valor alcançado em 2020 foi o segundo maior contabilizado desde 2011.

Crescimento previsto para o setor

Além dos unicórnios já conhecidos, como Loft e Quinto Andar, a perspectiva da Deloitte é que o ritmo de crescimento ganhe aceleração. A previsão é que o número de startups dobrem até 2030, considerando que até o final de 2021 o número era de 1.850 startups. O que traz ainda mais agitação para este mercado.

O número crescente de startups dos últimos anos já era animador. Segundo o Proptech Report, do Distrito, o ano de 2017 atingiu o recorde histórico com 76 novas Proptechs no Brasil. O ano já vinha de uma crescente por 5 anos consecutivos.

Ainda segundo este último relatório, a região do país que concentra a maior parte das Proptechs é a Sudeste. Em especial o estado de São Paulo que detém 37,9% de startups do setor imobiliário. Em contrapartida, as regiões do Norte, Nordeste e Centro-oeste contam com dois ou mais estados que não possuem startups de natureza imobiliária.

Seguindo a pesquisa, se tratando de unicórnios em cenário internacional, China e Estados Unidos lideram o ranking com sete empresas cada. O que não surpreende por serem países que detêm boa fatia de unicórnios, em geral. Estes países são seguidos pelo Brasil, com duas startups, e logo atrás seguem as Filipinas com uma empresa.

Atividades das Startups

O consumidor atual apresenta um comportamento mais conectado. A fim de se aproximar com os novos perfis de clientes, as empresas imobiliárias fizeram da transformação digital o método para estreitar este relacionamento. A prova disso é que mais de 30% das startups utilizam sites para ofertarem seus produtos e serviços, por isso, são chamadas de vitrines virtuais.

Das atividades mais comuns desempenhadas por estes Portais de Ofertas estão: venda e aluguel de imóveis, aluguel de espaço, serviço de manutenção e limpeza, serviços de decoração e permuta de imóveis.

O Proptech Report dividiu as atividades das startups em categorias e áreas de atuação. Desta forma, foi possível identificar que quase a metade das Proptech operam com serviços B2B. Ao todo são 159 empresas, sendo que quase ⅓ delas trabalham com gestão de propriedade e marketing. 

Maturidade e movimento estratégico

A maturidade do mercado de Proptech impulsiona um movimento que abraça novos players. Como, por exemplo, empresas de DevTech, para gerenciamento de serviços imobiliários, e Fintech, para financiamento de propriedades ou que assumem função semelhante a de fiadores para locação de imóveis.

Pensando nesse movimento estratégico, algumas conhecidas empresas (Loft, OLX, Tok&Stok e BTG Pactual) se anteciparam e concluíram a aquisição de uma ou mais startups.

O Mercado Tradicional e o campo minado de Oportunidades

Enquanto alguns especialistas olham para o setor imobiliário receosos por estar travado em processos tradicionais, como longos contratos de papel e sites com confuso catálogo de imóveis, sem acompanhar a jornada do usuário, por outro lado, utilizando as lentes de inovação, é possível identificar diversas iniciativas e oportunidades para inovar.

O estudo apresentado pela Deloitte e o Proptech Report apresentaram alguns direcionamentos para o setor. Veja, abaixo, cinco das principais tendências:

1. Transação via Blockchain

O primeiro processo de vendas via Blockchain ocorreu em 2019, em um projeto realizado pela Cyrela e pela startup Growth Tech. A transação que por vias tradicionais ocorre em um mês foi reduzida para 20 minutos.

2. Imóveis por geolocalização

Com a geolocalização é possível agilizar a busca de imóveis, consequentemente, melhora a experiência do cliente. Isso ocorre pela facilidade em mapear os empreendimentos de interesse dentro da localização do usuário.

3. Digitalização e uso de dados

Até os investidores mais tradicionais buscam com interesse a utilização de dados. Eles oferecem insights para tomadas de decisão, oferta de novos produtos, dentre outras finalidades. Como é o caso da Loft que utiliza dados das últimas transações para precificar imóveis.

4. Drones e outras tecnologias

Os clientes desejam ter a experiência de conhecer com detalhes o imóvel, garantindo a comodidade de não precisar se deslocar até ele. Por isso, a utilização de drones para captura de fotos e para vídeos que simulam a experiência de passear pelo empreendimento já estão sendo utilizadas. A tecnologia de realidade aumentada é uma das vias que estes conteúdos gerados pelos drones podem ser distribuídos.

5. Smart House

Aparentemente, Big Data e AI são apenas algumas das muitas opções tecnológicas de Proptech. A tecnologia de internet das coisas (IoT) torna a casa sensorial e permite a experiência única de gerenciamento residencial remoto. As smart houses podem ser um grande atrativo no mercado futuro.

As empresas TOP 10 em Proptech

Do ponto de vista de volume de investimento, as startups Quinto Andar, Loft e MadeiraMadeira se destacam como as três principais empresas do setor.

Além das empresas exibidas na tabela, mais quatro empresas se juntam a lista e formam o TOP 10 de Proptechs. São elas: Em casa, Mobly, Viva Decora e Superlógica. Os critérios utilizados para dar destaque para tais empresas considera “um algoritmo de scoring que leva em conta fatores como número de funcionários, faturamento presumido, funding captado, visualizações no site e métricas de redes sociais”, conforme apontado no relatório do Distrito.

Sobre as características principais das empresas em destaque, podemos citar que das dez empresas, nove delas estão no estado de São Paulo e uma em Curitiba. Cinco delas trabalham para o público B2C. Metade das startups opera como Portal de Ofertas.

Outra informação relevante é que das TOP 10, duas empresas foram fundadas em 2001 e as demais nasceram entre 2009 e 2019.

Conclusão

Entre termos e definições como Proptech 3.0 ou Revolução Industrial 4.0, vemos, mais uma vez, que a transformação digital se tornou ponto crítico para vantagem competitiva. 

Os usuários estão se tornando cada vez mais exigentes e a capacitação dos profissionais do setor imobiliário acaba sendo outro ponto sensível.

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