Conheça as 10 grandes empresas que realizaram CVC em 2022
Cada dia mais as corporações procuram incorporar soluções externas para resolver as dores internas do próprio negócio. Muitas vezes, é no relacionamento com as startups que elas encontram as respostas que tanto precisam. E diversos elementos do ecossistema de inovação contribuem para uma sinergia ideal. Estima-se que 6 a cada 10 executivos já tenham parceiros de inovação.
Os tipos de parceria são as mais variadas. Em meio a um leque de oportunidades, um veículo de inovação tem ganhado espaço, é o Corporate Venture Capital (CVC). Inclusive, temos um outro conteúdo com dados que apontam o crescimento dessa ferramenta de inovação.
Mas no artigo abaixo, listamos 10 companhias para mostrar como o CVC ganhou um novo fôlego e destacar os altos valores investidos em 2022.
Por que escolher o CVC?
Quando se fala em Corporate Venture Capital, duas palavras combinadas são sempre apresentadas, são elas: Objetivo Estratégico. Longe de querer competir com os demais modelos de inovação aberta, o CVC atua como um investidor de startups a fim de atender aos interesses (objetivos estratégicos) da corporação. O CVC também é conhecido como fundo de investimento.
Indo um pouco mais direto ao ponto, o foco das companhias que investem nas startups por meio do CVC não é esperar um excelente retorno financeiro. E sim, acreditar que fomentar o crescimento delas (startups) é interessante para conhecer melhor o mercado no qual elas atuam. Pela corporação ter como objetivo estratégico se inserir no ramo da startup.
Para a corporação, também é possível desenvolver a própria startup e assim “testar” novos produtos, áreas e mercados. O Corporate Venture Building (CVB) é um exemplo disso. Porém, o custo para estruturar ideias inovadoras internamente pode ser bastante elevado. Leva-se em consideração o investimento com pessoal capacitado em operar nessa frente, a manutenção de ferramentas e demais custos operacionais. Sendo assim, encontrar no mercado uma startup com soluções prontas e validadas, ou em validação, acaba sendo uma transação vantajosa.
As 10 Corporações que investiram em CVC
Antes de tudo, vale ressaltar como foi difícil escolher somente dez empresas. Então vamos lá:
1 - Lojas Renner
Que as Lojas Renner são antenadas nas tendências da moda todo mundo sabe. Mas agora a empresa mostra que também está por dentro das tendências do mercado. A maior varejista de moda do Brasil, sempre atenta a atrair todo tipo de público, anunciou, no início do segundo semestre do ano passado, o lançamento do RX Ventures. O braço de investimento em Corporate Venture Capital planeja investir R$ 155 milhões em pelo menos 10 startups.
A companhia, que recentemente concluiu a aquisição de uma startup de logística, parece estar preocupada em superar as expectativas dos clientes e trazer roupas mais sustentáveis. E quando se fala em inovação, as Lojas Renner não param por aí. Além de desenvolver uma coleção a partir de modelagem 3D, eles estão realizando testes para futuramente vender peças digitais no metaverso.
2 - Suzano
A empresa que trabalha com papel e celulose ganhou destaque por ficar em segundo lugar no Ranking Top 100 Open Corps. O levantamento é realizado por uma plataforma brasileira que conecta empresas e startups em todo o mundo. A 100 Open Startups lista anualmente as principais empresas que mais realizaram inovação aberta com startups.
E a segunda posição no ranking não foi em vão. A Suzano Ventures, o CVC da companhia, foi lançada com o objetivo de investir US$ 70 milhões em startups early stage (pre-seed, seed e série A).
Com objetivos estratégicos bem definidos, a empresa procura deeptechs para desenvolverem soluções voltadas para os segmentos: agroflorestal, remoção de carbono, biomassa de eucalipto e embalagens sustentáveis
3 - Ânima Educação
Com o propósito de "Transformar o País pela Educação", a Ânima Educação aproveitou o momento oportuno e criou o próprio fundo de investimento. A Ânima Ventures está disposta a aplicar R$ 150 milhões em startups early stage (seed e série A). Os valores de investimento podem variar entre US$ 250 mil a US$ 1 milhão, em troca da participação minoritária, que pode ser entre 10% e 30%.
Não é a primeira vez que a companhia investe em veículos de inovação. A Ânima Educação já fez investimentos em hub de inovação, da área de educação, na cidade de São Paulo. E a empresa pretende inovar mais. A Ânima Venture planeja investir aproximadamente R$ 50 milhões em iniciativas internas, em ação de Venture Builder, por não ter achado no mercado startups atuantes na área de interesse da corporação.
4 - Totvs
Se até aqui os cheques pareceram altos, a Totvs veio aumentar o nível. A empresa está disposta a investir R$ 300 milhões em startups nos próximos anos. Em uma ação ousada e estratégica para ampliar o ramo de atuação, a empresa de softwares e tecnologia para empresas já havia movimentado uma quantia de R$ 2 bilhões na compra da startup de marketing digital RD Station.
O fundo CVC será destinado a startups das seguintes áreas: saúde, varejo, manufatura, serviços financeiros, agricultura e educação. A prioridade para aquelas que atuam no desenvolvimento de SaaS e/ou com gestão e tráfego de dados.
5 - Locaweb
A empresa de hospedagem de site que traz em seu currículo a aquisição de mais de 13 empresas, resolveu apostar em CVC. Se a princípio a ideia era investir em startup dentro do portfólio da Locaweb, a maturidade da empresa desde que anunciou este fundo de investimento parece ter ampliado os horizontes para novos mercados.
Somente em Corporate Venture Capital a Locaweb pretende investir R$ 100 milhões em startups.
6 - Meta
A Meta, empresa que trabalha há mais de 30 anos com tecnologia e transformação digital, desde 2020 promove, anualmente, desafios para encontrar startups para investir.
Embora também atue no ramo digital, a Meta não pertence ao Grupo Meta do Instagram, Facebook e WhatsApp, ok? Então, continuando…
Em sua 3ª edição, o desafio Bring Your SaaS tem o objetivo de fomentar startups voltadas para os mercados B2B ou B2B2C, operantes no modelo SaaS. Além disso, a expectativa da empresa é ganhar escala e obter interação com até 12 startups este ano.
Com esse propósito, a Meta Ventures, Corporate Venture Capital da Meta, investiu R$ 8 milhões no fundo.
Em 2020, na 1ª edição, o desafio envolveu mais de 200 startups em todo território nacional.
7 - Panvel
Para quem é do estado do Rio Grande do Sul provavelmente já conhece o Grupo Panvel. A rede de farmácias, com mais de 500 unidades na região sul, anunciou o lançamento do Panvel Ventures, o fundo de Corporate Ventures Capital.
Depois do processo de amadurecimento com o programa de aceleração de startups, a empresa acredita estar pronta para mais um passo de inovação.
Sem anunciar o valor do aporte, a Panvel Ventures busca startups (seed e série A) alinhadas ao mercado de atuação da empresa e que apresentem soluções para saúde, bem-estar e inteligência operacional.
8 - Deloitte
O mercado brasileiro de startups se apresenta tão promissor que a Deloitte Venture decidiu ganhar espaço por aqui. A empresa que é líder em serviços de Auditoria, Consultoria, Assessoria Financeira, Risk Advisory, Consultoria Tributária e serviços relacionados, atuante em 150 países, movimentou um fundo de US$ 150 milhões no Canadá.
As expectativas no Brasil são enormes, principalmente, por pretender explorar variadas áreas como agro, finanças, saúde, RH, legal, tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT). Além disso, a Deloitte busca nas pequenas empresas soluções em duas frentes. Primeiro, para resolver os problemas dos clientes de forma conjunta. E segundo, é ter modelo smart money.
E mais, a Deloitte pretende avançar no relacionamento com startups, prevendo investimentos em Corporate Venture Building (CVB) e M&A.
9 - Vale
A gigante mineradora Vale também está à procura de ideias disruptivas. A iniciativa de inovação em CVC, Vale Ventures procura soluções sustentáveis dentro do portfólio da empresa. Com um valor generoso de R$ 490 milhões, a Vale Ventures busca startups que tragam soluções para transição energética
10 - Valid
Uma das maiores empresas de identificação de segurança também não perdeu a oportunidade de expandir para investimentos em CVC, com a criação do Valid Ventures. A previsão de investimento é de até R$ 300 milhões. A Valid Ventures procura startups com produtos já validados, que estejam entre as rodadas de série A e série B.
O objetivo é se aproximar de empresas atuantes na digitalização de governo, onboarding digital/antifraude e inteligência artificial
O que você precisa saber antes de investir em CVC?
A decisão de criar um fundo de investimento em Corporate Venture Capital não é uma tarefa fácil. Os objetivos estratégicos devem estar bem definidos, assim como C-Level, lideranças e governança alinhados. Além disso, há dois pontos que não podem passar despercebidos:
Expectativa de retorno
Apesar de 75% dos executivos depositarem expectativa de retorno financeiro a curto prazo, este fundo de investimento não é moldado para entregar resultados imediatos.
Todas as 10 empresas citadas decidiram investir em CVC depois de um primeiro contato com startups. As empresas passaram por um período de amadurecimento e aos poucos foram avançando com novas iniciativas no ecossistema de inovação.
M&A
Fusão e aquisição (M&A) é uma estratégia bastante usada quando corporações identificam nas startups sinergia completa entre ambas empresas. Enquanto no investimento CVC as corporações adquirem apenas uma fatia, muitas vezes, minoritária, o M&A representa aquisição da empresa por completo, 100%.
A relação do CVC e M&A é muito comum. Por isso é interessante conhecer com mais densidade sobre Fusão e Aquisição. Veja o caso da RD Ventures, plataforma de Corporate Venture Capital do grupo de farmácias Raia Drogasil. A fim de fortalecer a estratégia de mídias (anúncios), a RD Ventures anunciou a aquisição de 100% eLoopz. As duas empresas já trabalham em sinergia desde 2017, vendo interesse por completo na startups, a RD Ventures efetuou a aquisição total.
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